Este comentário trata da decisão da Suprema Corte do Reino Unido prolatada em 27 de julho deste ano, nos autos UKSC 40, a qual reformou decisão do Tribunal inglês (Court of Appeal), para reconhecer que a relação entre árbitros e partes não representa vínculo empregatício nos termos previstos pela legislação antidiscriminatória trabalhista (Employment Equality Regulations 2003). Dessa forma, a Corte reconheceu o direito das partes de estipularem restrições na escolha do árbitro no que diz respeito ao seu histórico, crença religiosa ou nacionalidade. Após um breve histórico do caso, este comentário aborda a discussão sobre a aplicabilidade das normas antidiscriminatórias em matéria trabalhista à restrição prevista pela cláusula arbitral para escolha dos árbitros, analisando-se a decisão anteriormente proferida pelo Tribunal inglês e o entendimento da Suprema Corte para reformar a decisão do Tribunal. Em seguida, examinam-se as consequências práticas advindas do entendimento exposto pela Suprema Corte do Reino Unido em matéria de arbitragem internacional.