No direito brasileiro, tanto as ações coletivas quanto a arbitragem são práticas bem estabelecidas para a resolução de disputas em diversas situações. No entanto, a prática da arbitragem de classe no Brasil ainda está começando. Para considerar os méritos dessa abordagem, devemos nos colocar a seguinte questão: por que os juristas brasileiros não adotam de forma sistemática a arbitragem de classe? Uma tentativa de responder a essa pergunta requer a compreensão das premissas legais da ação coletiva no Brasil, e como esses fundamentos podem ou não permitir a arbitragem de classe, vis-à-vis a experiência americana nessa área do direito. No Brasil, a lei de ação coletiva e a lei de arbitragem foram concebidas de forma independente e o marco legal não prevê necessariamente um aparato jurídico específico para permitir a combinação das duas. Ainda assim, isso não significa que a arbitragem de classe seja impossível, nem que a natureza da ação coletiva ou da arbitragem seja incompatível com o direito brasileiro.

1 Introdução - 2 A ruptura da barragem de Brumadinho e a Guerra do Golfo - 3 O modelo utilizado na UNCC - 4 A arbitragem de classe sob duas lentes - 5 Aplicando o Modelo UNCC a desastres de grande proporção no Brasil